Minas Gerais<\/a>, regi\u00e3o Sudeste do pa\u00eds. Pertence \u00e0 Mesorregi\u00e3o do Vale do Rio Doce e \u00e0 Microrregi\u00e3o de Ipatinga e localiza-se a leste da capital do estado, distando desta cerca de 200 km. Ocupa uma \u00e1rea de 221,252 km\u00b2, sendo 17,0 km\u00b2 em per\u00edmetro urbano, e sua popula\u00e7\u00e3o em 2014 era de 108 843 habitantes, sendo ent\u00e3o o 27\u00ba mais populoso do estado mineiro.<\/p>\nO come\u00e7o do povoamento ocorreu em meados do s\u00e9culo XIX, associado ao fluxo de tropeiros, levando \u00e0 forma\u00e7\u00e3o do povoado de Santo Ant\u00f4nio de Piracicaba na regi\u00e3o do atual Melo Viana e \u00e0 posterior cria\u00e7\u00e3o do distrito em 1923. O desenvolvimento observado em fun\u00e7\u00e3o da vinda de complexos sider\u00fargicos culminou na cria\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio, emancipado de Ant\u00f4nio Dias em 1948. Sediou os n\u00facleos industriais da Aperam South America (antiga Acesita) e Usiminas, que foram essenciais para a evolu\u00e7\u00e3o da cidade. Mas, com a emancipa\u00e7\u00e3o de Ipatinga e Tim\u00f3teo na d\u00e9cada de 60, as empresas passaram a pertencer a estes munic\u00edpios, respectivamente.<\/p>\n
A manuten\u00e7\u00e3o da atividade sider\u00fargica contribuiu para a forma\u00e7\u00e3o da Regi\u00e3o Metropolitana do Vale do A\u00e7o, que corresponde ao segundo maior p\u00f3lo urbano-industrial do estado, apesar do com\u00e9rcio e da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o terem se transformado nas principais fontes econ\u00f4micas em Fabriciano. A sede tem uma temperatura m\u00e9dia anual de 21,6 \u00b0C16 e na vegeta\u00e7\u00e3o original do munic\u00edpio predomina a Mata Atl\u00e2ntica. Com 98% da popula\u00e7\u00e3o vivendo na zona urbana, o munic\u00edpio contava, em 2009, com 42 estabelecimentos de sa\u00fade. O seu \u00cdndice de Desenvolvimento Humano (IDH) \u00e9 de 0,755, classificado como alto em rela\u00e7\u00e3o ao estado.<\/p>\n
Tradi\u00e7\u00f5es culturais como as marujadas, o artesanato e de celebra\u00e7\u00f5es religiosas como as festas de S\u00e3o Sebasti\u00e3o, da Semana Santa e de Corpus Christi se fazem presentes no munic\u00edpio, bem como os monumentos de valor hist\u00f3rico e patrimonial da Igreja Matriz de S\u00e3o Sebasti\u00e3o, uma das primeiras igrejas da cidade, o Col\u00e9gio Ang\u00e9lica, fundado em 1950 e conhecido por sua arquitetura ecl\u00e9tica, e o Monumento Terra M\u00e3e, marco-zero fabricianense. Na Serra dos Cocais est\u00e3o concentrados diversos atrativos naturais, a exemplo de cachoeiras, trilhas e montanhas, que propiciam desde a simples visita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a pr\u00e1tica de esportes radicais, como mountain bike, escaladas, trekking, saltos de paraquedas e trilhas 4×4.<\/p>\n
Hist\u00f3ria<\/h3>\n
Origens e povoamento<\/strong>
\nO desbravamento da regi\u00e3o do atual munic\u00edpio de Coronel Fabriciano<\/em> tem in\u00edcio na segunda metade do s\u00e9culo XVI. Expedi\u00e7\u00f5es como a de Fernandes Tourinho, em 1572, seguiam pelos chamados Sert\u00f5es do Rio Doce \u00e0 procura de metais preciosos. O local se encontrava em uma via de escoamento das pedras preciosas extra\u00eddas na regi\u00e3o central mineira, que ligava a Estrada Real ao Litoral do Esp\u00edrito Santo, no entanto o povoamento e a abertura de novas trilhas pela regi\u00e3o do Vale do Rio Doce foram proibidos na primeira metade do s\u00e9culo XVII, a fim de evitar o contrabando de ouro por meio do Rio Doce e seus afluentes, como o Piracicaba.<\/p>\nCanoeiros no Rio Piracicaba entre Coronel Fabriciano e Tim\u00f3teo.<\/strong>
\nO povoamento foi liberado em 1755, ap\u00f3s Minas Gerais passar por um decl\u00ednio na produ\u00e7\u00e3o de ouro. Nesta mesma ocasi\u00e3o, \u00e9 aberta uma estrada ligando Vila Rica (atual Ouro Preto, ent\u00e3o capital da Prov\u00edncia de Minas Gerais) a Cuiet\u00e9, visando ao transporte do ouro extra\u00eddo na regi\u00e3o do atual munic\u00edpio de Conselheiro Pena, cujo metal viria a se esgotar ap\u00f3s 1780. Associada ao fluxo do transporte pelos rios, a partir da exist\u00eancia dessa estrada \u00e9 que surgem os primeiros focos de colonizadores no interior do Vale do Rio Doce e por volta de 1800, estabelece-se em \u00e1rea fabricianense Francisco Rodrigues Franco. Na mesma ocasi\u00e3o, Jos\u00e9 Assis de Vasconcelos, oriundo de Santana do Alfi\u00e9, toma posse de terras nas proximidades do atual n\u00facleo industrial da Usiminas.<\/p>\nEm 1825, uma estrada foi aberta por Guido Marli\u00e8re ligando Ant\u00f4nio Dias ao Rio Santo Ant\u00f4nio, nas proximidades de Naque, cruzando a Serra dos Cocais por onde depois surgiria o povoado de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Cocais. Assim, o fluxo de tropeiros entre os povoamentos, intensificado ao longo do s\u00e9culo XIX, que cruzavam a regi\u00e3o vindos de Ant\u00f4nio Dias, Ferros, Santana do Para\u00edso, Mesquita e Joan\u00e9sia, levou \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de um pequeno aglomerado, mais tarde denominado Santo Ant\u00f4nio do Gamb\u00e1, tamb\u00e9m conhecido como Santo Ant\u00f4nio de Piracicaba, no atual bairro Melo Viana. O firmamento de pequenos propriet\u00e1rios de terra implicou no desenvolvimento do povoamento em fun\u00e7\u00e3o da agropecu\u00e1ria. Em 11 de setembro de 1831, Francisco de Paula e Silva (conhecido por Chico Santa Maria, por ser natural de Santa Maria de Itabira) se estabeleceu juntamente com sua fam\u00edlia e numerosos escravos nas proximidades do atual bairro Alegre, em Tim\u00f3teo. Francisco desenvolveu a agricultura na regi\u00e3o e sua propriedade servia como ponto de parada para os viajantes.<\/p>\n
Francisco Rom\u00e3o era o encarregado pelo transporte de pessoas e mercadorias atrav\u00e9s dos rios Piracicaba, Doce e Santo Ant\u00f4nio, interligando S\u00e3o Domingos do Prata, Ant\u00f4nio Dias, Mesquita e Joan\u00e9sia. Na foz do C\u00f3rrego Calad\u00e3o, havia um movimento associado \u00e0 presen\u00e7a de um pequeno porto, onde as mercadorias transportadas pela estrada embarcavam rumo \u00e0s localidades vizinhas por meio do Rio Piracicaba. O local passou a ser conhecido como Barra do Calado, devido \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o entre os dois cursos hidrogr\u00e1ficos, sendo o termo “Calado” uma prov\u00e1vel refer\u00eancia ao sil\u00eancio necess\u00e1rio para n\u00e3o se chamar aten\u00e7\u00e3o de \u00edndios escondidos naquela \u00e1rea, ainda no come\u00e7o do s\u00e9culo XIX. Em 1919, Jo\u00e3o Teixeira Benevides trouxe de Ferros a primeira professora (sua sobrinha, Maria de Lourdes de Jesus) e doou terrenos para a constru\u00e7\u00e3o da primeira escola, o primeiro cemit\u00e9rio e para a igreja de Santo Ant\u00f4nio de Piracicaba, observando-se nesta ocasi\u00e3o um crescimento do com\u00e9rcio e a forma\u00e7\u00e3o do n\u00facleo urbano.<\/p>\n